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terça-feira, 16 de junho de 2009

A MINHA ÚLTIMA AVENTURA

Esta foi a 2ª vez que abandonei uma prova de Aventura e a 1ª vez em que estive de acordo com o abandono, mas não imaginam a mágoa com que digo isto e o quanto nos custou este abandono. É que a palavra desistência causa-me grande desconforto e não faz parte da minha maneira de ser nem pensar! Mas meus amigos, as coisas que fazemos têm que ter algum sentido e esta prova, para nós, já não estava a fazer qualquer sentido. Fomos expostos a situações de risco como eu nunca vi nestes quase 20 anos que levo de provas de aventura.
A organização que tinha ingredientes de sobra para fazer uma excelente prova, não aproveitou as potencialidades e a beleza natural da região e deu mais uma machadada na modalidade.
O grau de incerteza estava a tornar-se incontrolável, começávamos a depender apenas da sorte, sem confiança nos sistemas de segurança que estavam implementados, (como é que se pode garantir segurança num rio, de noite, com açudes, árvores caídas e com caudal apreciável? Ou em serras, com pedra solta, regos enormes provocados pela chuva que tem sido muita?) Nós não vimos ninguém da organização, fora dos locais das chegadas/partidas de noite! A prova não foi minimamente testada, não houve actualização dos mapas nas opções mais prováveis e tudo isto estava a pôr em risco a integridade física dos participantes. Nós não sabíamos com aquilo que podíamos contar e estávamos numa prova de aventura, não numa prova de sorte ou azar. Basta dizer que os Kayak estavam ressequidos, sem pegas e a meter água, (muitas equipas abortaram a etapa). No percurso em linha de BTT, foi marcado um percurso sem caminho, que levou a quem nenhuma equipa controlasse o CP8?

Por tudo isto e mesmo sabendo que muito provavelmente estaríamos em 1º, resolvemos abandonar. Não foi pelo cansaço que as outras equipas não estavam melhor, (andavam ali perto de nós), não foi pelos vários contratempos na canoagem em que nos virámos e o Pedro não aparecia fora de água e quando saiu só perguntou – Feijão estás aí? Não largues a pagaia nem o barco. Não foi pela queda aparatosa que o Pedro deu quando puxou o Kayak e ficou com a pega na mão a 4 metros de profundidade, no meio do rio, de noite. Mas foi por tudo isto e porque a organização não merecia a nossa presença. Uma organização também tem responsabilidades, deve ter algum brio, (não digo profissional!), não pode ser só pensar nos euros que vão arrecadar no final dos eventos porque assim, acabam por ter prejuízo.

Meus amigos foi mau demais ter acabado assim!... Ao fim de 15 Challengers Trophy e dezenas de provas de aventura com os mais diversos companheiros, numa região tão bonita penso que merecia/merecíamos melhor despedida.

Um abraço a todos e dediquemo-nos a outros desportos porque a aventura em Portugal está a morrer, (estão a matá-la).

PS: Resta-me uma satisfação, é que o meu joelho portou-se bem.

Mais informações sobre o tema: http://forum.corridasdeaventura.pt

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